O livro da Gina Ferro é um testemunho precioso: dá-nos conta de experiências pessoais mas também da vida de uma comunidade, daquilo que foram as suas formas de lidar com os elementos naturais e com a realidade humana. Nele perpassa a magia da natureza, das "primeiras águas de Outono que mitigam a secura da terra", das "amoras nos silvados" ou das "giestas na serra" e da chuva que cai "a potes". Mas é igualmente um documento etnográfico valioso, pois nele se apresenta o registo das variadíssimas atividades ligadas à terra, dos objetos, das tradições e, inclusive, da linguagem característica de uma aldeia do interior do país, situada na serra, junto à fronteira. [Maria do Céu Pires] Brotaram do coração estes versos. Do primeiro ao último. Eles são a prova de que a poesia está nas coisas todas, até nas coisas pequenas e singelas. Só é preciso ter a sensibilidade necessária para as ver e para as expressar como tal. Mas isso, a Gina tem até de sobra. São versos de amor(es): vários e profundos. Muito especialmente de amor à terra e às memórias, vivências e saberes ancestrais das gentes do Sabugal. E são também versos de sublimação pois, na trama dos dias, a urdidura da vida nunca lhe foi fácil. [Francisca de Matos].
