Um dia, já muito longe no tempo, começaram, incipientemente, e assim se conservaram, indÃcios da minha poesia. Fantasias de rapaz, alicerçadas numa sentimentalidade própria de mim e influenciadas, possivelmente, nos devaneios estudantis, quer os de origem comuns aos estudantes que começam a ler poesia, quer, assim o creio, em tendência amorosa que sempre fervilhou na minha carne, e mais na carne do que no psÃquico. Quisera e pudera transmitir em poesia - e o soneto é a forma mais de um gosto - tantos e tantos estados de alma, uns ainda juvenis e portanto puramente pueris, outros de maior maturidade, abraçando os motivos de carácter amoroso, da natureza ou intrinsecamente familiares. (à ) Porém, mesmo que assim seja, tentarei reunir algo que tenha feito nesse sector, inserindo-os neste diário, à medida que os encontre ou alguém os encontre. Pudera eu aperfeiçoar-me e ter a vontade indispensável para compor um pequeno livro que fosse repositório da obra feita ou a realizar e que testemunhasse, de facto, a realidade destas minhas palavras. AnÃbal Marques Cadete, Abril de 1969.