Das tuas mãos caem palavras, é um coração ao encontro de si, através de outro que deseja consigo, na mais bela solidão tecida pelo silêncio activo de constante presença; os dois um só em plena liberdade. Caem palavras sem som, sem raiz, renascem palavras daquelas mãos que saciam e limpam, caindo sobre quem ama. Deseja-se a espiral renovadora que só pelo amor é possível e neste livro canta-se o amor sentido, vivido num corpo, em sintonia com a alma. Através da leitura, que se oferece, vivem-se múltiplas situações de amor: desencontros, rejeição, gritos de sentimentos, sonho, o prazer de estar junto, o acontecer como se espera, desespera e nunca conseguido na plenitude, por defeito de uma racionalidade condicionante, viciante, agrilhoante, que massifica o caminho de quem ama, dando a regra e o medo. Que se quebre o espelho é o alerta que se esconde por entrelinhas de poesia que este livro encerra e por aí, também se escondem clamores intuídos pelo autor.
